
Pela primeira vez, desde que assumiu a pasta, o ministro do Trabalho e Emprego, e presidente licenciado do Partido Democrático Trabalhista, Carlos Lupi, visita Alagoas. Chega em boa hora, num momento em que o partido se reestrutura no Estado e assume uma posição avançada em defesa da sociedade alagoana preocupada com a crise desencadeada pelo medíocre governo tucano. Lupi foi reconduzido à presidência do PDT no dia 6 de março. Na ocasião foi enfático: o partido precisa se preparar para as eleições de 2010 e “mostrar sua cara”. A partir daí, tem conversado com filiados e trabalhado no crescimento da legenda. Em Alagoas, participou do ato de filiação de sindicalistas e manteve conversas com lideranças políticas, não apenas do PDT, mas de outras siglas identificadas com o trabalhismo e com o socialismo defendido por Leonel Brizola.
Essa característica arrojada é própria de alguém que está no PDT desde sua fundação. Brizola havia retornado do exílio em 1979, disposto a lutar pela redemocratização do Brasil e decidido a fazer florescer o partido que havia sido lançado ainda em Lisboa. Paulista de Campinas, Lupi morava no Rio de Janeiro e era jornaleiro. Sua banca de revistas ficava próxima ao hotel onde Brizola se hospedou logo após retornar ao País. Surgiu daí uma grande amizade; e, posteriormente, uma identificação com o ideário socialista. Isso levou Carlos Lupi a participar da fundação do PDT e a defender, desde então, o legado brizolista. Pela legenda, foi eleito deputado federal em 1990 e fez parte da comissão que elaborou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, área sempre considerada prioritária por Brizola. Com licenciatura plena em Administração, Economia e Contabilidade, Lupi acabou assumindo o Ministério do Trabalho e Emprego em março de 2007.
Na condução do MTE, fez avançar os princípios do trabalhismo que culminou na maior geração de empregos com carteira assinada da história. A crise mundial desencadeada pelas incongruências do neoliberalismo atingiu o Brasil este ano e levou empresas a iniciarem um festival de demissões, prontamente combatido pelo ministro. Em março houve uma retomada das contratações e Lupi aposta em dias melhores já agora para abril.
A tarefa tem sido dura. Lutar contra a insensibilidade dos empresários que mesmo recebendo ajuda do governo federal, sob vários aspectos, insistem em demitir, exige dedicação integral. Como funcionário do MTE, e seu assessor, tenho acompanhado sua faina diária na defesa dos trabalhadores. Em artigo publicado há algum tempo, o ministro disse que é preciso ter em mente neste momento que o trabalhador é o elo mais importante da corrente social, que possibilita que mantenhamos a linha ascendente de crescimento que o Brasil atingiu nos últimos sete anos. O mercado, o propalado mercado sempre enaltecido pelos capitalistas neoliberais, nem sempre pensa assim. Cabe a nós, sociedade, partido políticos, desenvolvermos uma linha de ação permanente no sentido de fazer com que o pensamento do ministro Carlos Lupi não seja esquecido um momento sequer.
Na manhã desta segunda-feira, o ministro participa de solenidade na Superintendência do Trabalho em Alagoas e profere palestra sobre a crise e seus efeitos sobre a força de trabalho no Brasil. Vale a pena ouvi-lo. Assim como Brizola, o discurso de Lupi é claro e contagiante. À tarde, visita o Instituto Ronaldo Lessa. Depois disso, nada mais merecido que o ministro do Trabalho tenha um dia de folga. Alagoas, e suas belas praias, foi o local escolhido para relaxar e recarregar as baterias. Agradecemos por isso.

