Uma criança morreu há alguns dias vítima de bala perdida, algo inimaginável anos atrás num Estado que era considerado por todos um oásis de tranqüilidade.Outra, foi arrastada por um carro dirigido por bandidos após um assalto. Enquanto Pernambuco, nosso vizinho de fronteira, atingia índices alarmantes de criminalidade, o que preocupava em Alagoas era violência política, manifesta em crimes de mando oriundos de vingança ou inveja.
Mas, em pouco tempo, tudo mudou: a guerra urbana que nos chegava via televisão agora está diante da nossa porta. Os alagoanos, cada vez mais, exercem a rotina casa-trabalho e não se arriscam fora dos limites conhecidos. Estão se tornando vítimas do medo; e, agora, vítimas das balas perdidas.
Contudo, esse quadro não é característica apenas das grandes cidades. Em artigo publicado na semana passada, o jornalista Enio Lins alertou para o que vem acontecendo nas fazendas e pequenas propriedades do interior. Segundo ele, alvos de sucessivos assaltos, as casas estão sendo abandonadas. Os moradores retiram o que têm de precioso e fecham as portas. Fogem. Aparecem, vez por outra, apenas para resolver problemas. E, assim mesmo, rapidamente.
As rodovias também padecem da violência. Em alguns casos lembram antigos filmes de Hollywood, com índios e bandoleiros perseguindo diligências para desespero de seus ocupantes. As estradas alagoanas são hoje o retrato de uma terra de ninguém, sem autoridade e, por conseguinte, sem um combate eficiente ao crime.
Os que têm acompanhado nosso artigos aqui no Primeira Edição sabem que já abordei esse tema algumas vezes. Volto a ele porque nas ruas o assunto é o tema das conversas. Alguém já foi vítima ou conhece outro que foi atingido pela violência. E todos se perguntam: o que mais vai acontecer? Quando isso vai acabar?
São perguntas difíceis de responder. Todavia, o que pode ser dito de imediato é que o governo deveria estar fazendo a parte dele, e não está. Não adianta comerciais de TV, com números irreais de investimento em segurança quando o que se vê nas cidades é o crescimento dos assaltos e mortes. Não vamos aqui tentar ensinar o governador tucano a trabalhar. É muito tarde para isso. Entretanto, estamos diante de uma epidemia de atrocidades e tal fato requer uma ação emergencial, com a convocação da sociedade para discutir o desastre que nos acomete. Infelizmente, o governador tucano parece alheio a tudo. É indeciso, sem pulso e pouco interessado em trabalhar. Passa a sensação de que está ansioso em chegar ao final do expediente e ir para casa. Cabe a nós mantermos a guarda para não permitir que Alagoas se torne um deserto de cidadãos. Não podemos admitir que bandidagem vença. Precisamos de paz e a paz só virá com Justiça, como afirma a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por intermédio da campanha da fraternidade.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário