Diante do caos na segurança, saúde e educação, o governo tucano resolveu melhorar sua face corroída com propostas cosméticas que em nada alteram a degradação que vivemos. A cúpula da Defesa Social acena com a criação de uma “Delegacia Legal” e a extinção das delegacias de plantão. Houve reação da sociedade. O deputado Jefferson Moraes, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, disse que o modelo proposto pelo governo tem o objetivo de “maquiar” os dados oficiais sobre a segurança no Estado.
Segundo o parlamentar, a concentração das notificações em apenas uma delegacia, no bairro de Jaraguá, irá trazer transtornos para a população. Na opinião dele, um cidadão que mora no Benedito Bentes, por exemplo, não vai se deslocar durante a noite para Jaraguá, pela distância e pela insegurança. Com isso, as queixas passam a cair e o governo vai considerar que os índices de violência estão caindo, suspeita o deputado.
Só o fato de propor tal disparate revela o pouco caso que o governo tucano faz da violência em Alagoas. A Defesa Social, desaparelhada e com homens sobrecarregados de trabalho, tem um desempenho pífio. No ano passado, apenas 9,2% dos assassinatos ocorridos só em Maceió foram investigados. Nada menos que 1.019 homicídios ficaram sem resposta. Em entrevista a uma emissora de TV, o secretário da Defesa Social afirmou que a maioria desses crimes ocorre em grotas em favelas, como se tal observação justificasse o descaso. Percebe-se que, paulatinamente, o governo tucano entrega a sociedade à sua própria sorte.
Como se não bastasse, na outra ponta, o atendimento médico, descamba para a carnificina. As manchetes dos jornais da última quinta-feira, falam do acampamento de guerra no qual se transformou o Hospital Geral do Estado. O Conselho Regional de Medicina denunciou as péssimas condições de trabalho, a superlotação e a falta de medicamentos. Além disso, há pacientes com doenças graves como tuberculose e aids acomodados ao lado de outros não contaminados.
O presidente do Cremal, Emannuel fortes, definiu a situação como “desesperadora”. Enquanto isso, o governador tucano circula em Brasília atrás de recursos para os usineiros, que segundo ele, estão em situação também “desesperadora”. Seria cômico se não fosse trágico. O neoliberalismo dos tucanos desmonta Alagoas e o governador só se preocupa em salvar a pele e os interesses dos amigos. É sabido que o poder, hoje, é exercido no Estado por uma parcela da aristocracia canavieira, que ocupa postos importantes. O governador, que não gosta dos pobres e tem ojeriza aos trabalhadores, citado pelo presidente da Associação dos Municípios de Alagoas como medíocre, parece que resolveu arregaçar as mangas e trabalhar um pouco, só que para si e para os amigos. O resto está ao Deus dará.
Contudo, a sociedade não pode ficar inerte diante desse quadro. A Igreja, os advogados, os sindicatos, agora, os médicos vêm manifestando sua indignação diante dessa situação insustentável. O governo tucano precisa demonstrar respeito ao povo alagoano, caso contrário será varrido pela História.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
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